O senador
Pedro Taques (PDT) afirmou que formalizará uma denúncia junto ao Tribunal de
Contas do Estado e ao Ministério Público Estadual contra a Secretaria de Estado
de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu) devido a um contrato firmado, sem
licitação, entre a pasta e a empreiteira Rio Tocantins, que é ligada ao
bicheiro Carlos Augusto Ramos, o “Carlinhos Cachoeira”.
A empresa
foi encarregada de recuperar 164 quilômetros de estrada de terra, da MT-322,
entre os municípios de São José do Xingu e Bom Jesus do Araguaia.
Taques
ressaltou que a Rio Tocantins é um dos principais alvos da CPMI que apura as
“negociatas” do bicheiro, por estar atrelada à empreiteira Delta, que possui
contratos duvidosos em várias regiões do país.
Por meio
da assessoria, a secretaria argumentou que a dispensa de licitação se deu em
virtude do caráter emergencial da obra e convidou três empresas (Rio Tocantins,
JM Terraplanagem e Construções e Delta).
“Imaginem
os senhores: o Estado contrata sem licitação e escolhe, entre todos os
fornecedores do país, exatamente as três empresas controladas pelo senhor
Cachoeira e pelo senhor Cavendish [Fernando, dono da Delta]”, questiona Taques.
O senador
chamou a atenção para o valor cobrado pela Rio Tocantins para execução da obra,
por serem, conforme suas palavras, “absurdamente menores que os mesmos preços
que o governo federal aceita como possíveis de serem cobrados”.
”Se a empreiteira
Rio Tocantins cobra de Mato Grosso metade do preço de mercado, tem alguma coisa
errada. Ninguém trabalha de graça. Se essa empresa não recebe o suficiente para
pagar o custo do serviço, vai receber o dinheiro, mas não vai entregar esse
serviço. O povo de Mato Grosso pode estar pagando uma obra que não saiu do
papel”, alertou.
De acordo
com Taques, esse “modus operandi” é semelhante ao adotado pela Delta. “Nós
comprovamos na CPI que é exatamente isso que a empreiteira Delta faz em dezenas
de grandes contratos com governos no país inteiro: contrata um serviço e
entrega pela metade, ou com defeito. Não seria de estranhar se estivesse
fazendo isso também em Mato Grosso”, pontuou.
De Cuiaba - Helson França
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