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Foto: Carolina Holland/G1 |
A greve dos trabalhadores da rede estadual de ensino de Mato Grosso foi
suspensa nesta quinta-feira (17), após 67 dias de paralisação. A decisão foi
tomada em assembleia geral realizada durante a tarde na Escola Estadual
Presidente Médici, em Cuiabá, e foi bastante comemorada pela categoria. Os
profissionais aceitaram a nova proposta do governo, feita na terça-feira (15),
um dia depois do Ministério Público intermediar reunião entre a Secretaria de
Educação (Seduc) e o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato
Grosso (Sintep-MT).
Os profissionais pediam que o poder de compra da categoria fosse dobrado
em sete anos, pagamento da hora-atividade dos professores contratados de forma
temporária, melhorias nas escolas e repasse de 35% do orçamento do estado para
o setor da educação.
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Por conta de determinação inicial do governador Silval Barbosa de que o
estado não negociaria com a categoria em greve, a primeira proposta foi
apresentada somente 38 dias após o início da paralisação. E o calendário
apresentado pelo executivo estadual naquela oportunidade para atender as
reivindicações não agradou aos grevistas.
O estado propôs aumento de 100% do salário em 10 anos, com início em
maio do próximo ano, e pagamento da hora-atividade em três anos. O Sintep
recusou, alegando que queria o reajuste ainda em 2013 e a hora-atividade em
parcela única. Após três recusas consecutivas da mesma proposta, o governo
mudou o discurso e resolveu ceder: pelo novo acordo, o aumento deve começar a
ser pago em março de 2014. A hora-atividade, no entanto, vai ser paga em três
vezes, mas com percentuais diferentes dos que foram apresentados anteriormente.
Porém, antes de apresentar acordo diferente dos anteriores, o governo
tentou outros meios para colocar fim à paralisação, como cortar o ponto dos
trabalhadores. Outras tentativas foram feitas via judicial. Atendendo a pedido
do estado, a greve foi declarada abusiva pelo desembargador Marcos Machado, que
determinou o retorno dos profissionais ao trabalho. A desembargadora Maria
Erotides Baranjak também mandou que eles encerrassem o movimento, mas nenhuma
decisão foi cumprida.
Ainda durante a greve, e em meio à crise, o secretário de Educação
Ságuas Moraes deixou a comando da pasta para assumir uma vaga na Câmara
Federal, no lugar do deputado Homero Pereira, que se aposentou para tratar um
câncer. À época, Moraes declarou que estava no limite e que havia esgotado as
possibilidades de negociação, argumento também adotado pelo governo. No lugar
dele, assumiu Rosa Neides Sandes de Almeida, que já havia ocupado o posto
anteriormente.
Mato Grosso tem 39 mil trabalhadores na educação em 738 escolas
estaduais e cerca de 430 mil alunos. De acordo com o Sintep-MT, a greve chegou
a atingir 90% das unidades escolares, mas com passar do tempo perdeu parte da
adesão, que chegou a 53,94%, de acordo com dados do Sintep divulgados nesta
quinta.
Volta às aulas
Segundo o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes do Nascimento, como a greve
foi suspensa na tarde desta quinta-feira (17), as aulas podem ser
retomadas ainda nesta noite. Porém, considera pouco provável que isso aconteça.
"Boa parte dos que estão aqui [em Cuiabá] são do interior. Então, é
bem possível que a maioria das escolas retorne à normalidade a partir de
segunda-feira. Até porque as escolas terão que passar por limpeza, por
adequações", justificou.
Carolina Holland Do G1 MT
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