Os mato-grossenses devem ter a opção de cremar os corpos dos familiares
a partir de 2015 em um crematório que deve ser instalado no Cemitério Parque
Bom Jesus de Cuiabá. Depois de oito anos, a Secretaria Estadual de Meio
Ambiente (Sema) concedeu a licença ambiental necessária para colocar o projeto
em prática. O custo para cremar um corpo deve ser de aproximadamente R$ 2 mil,
de acordo com o representante de uma concessionária de serviços funerários,
Nilson Martins Marques, que faz parte do projeto.
Com a concessão da licença ambiental, a Sociedade Matogrossense de
Empreendimentos (Somatem), responsável pela implantação do crematório, deverá
aguardar a emissão do alvará da prefeitura da capital para dar início à obra,
que deve ser concluída em, no máximo, 40 dias, como explicou Marques.
Por questões culturais, segundo ele, ocorre poucas cremações no Brasil.
"Está aumentando o número de cremações porque está ficando mais popular.
Quando alguém conhecido é cremado aumenta o índice e vai se tornando mais
popular", avaliou. De certo modo, o incentivo à cremação ocorrerá por meio
dos planos funerários. No Brasil, somente 2% dos corpos são cremados, enquanto
nos Estados Unidos esse percentual ultrapassa a 50%.
De acordo com ele, antes de morrer, a pessoa pode optar pela cremação
e, depois, a decisão caberá aos familiares. Em caso de morte violenta, é
preciso o aval das autoridades competentes, pois depois pode ser necessária a
utilização do corpo para identificar a causa da morte, através de exames
periciais.
A instalação do crematório custará pelo menos R$ 2,5 milhões. Além do
forno, cuja temperatura chega a 900ºC durante a cremação, o local deve contar
com um espaço para que os familiares possam dar o último adeus ao morto.
"O velório ocorre normalmente. É feita a despedida e o corpo vai para uma
geladeira, onde permanecer por até 15 dias, por segurança, já que alguém pode
pedir exame de DNA", disse Nilson Marques.
No entanto, se os familiares pedirem urgência na cremação, será cobrado
20% a mais pelo serviço. As cinzas devem ser entregues em uma caixa aos
parentes. Mas, existem casos, de familiares que preferem não pegar as cinzas.
"No crematório de São Paulo, as cinzas são jogadas nos pés das
árvores", contou. Segundo ele, em Marília, onde também deve ser instalado
um crematório, deve ser plantada uma árvore para cada pessoa cremada no local e
as cinzas devem 'adubá-las'.
Concessão de licença
A licença para a construção do crematório foi requerida à Sema em 2007, porém,
uma série de documentos foram solicitados para comprovar que o projeto não iria
causar danos ao meio ambiente. O projeto foi elaborado por um arquiteto do Rio
Grande do Sul e deve passar por algumas modificações. No ano passado, os
representantes da Somatem e das concessionárias participaram de uma reunião com
o secretário de Meio Ambiente, José Lacerda.
Nessa reunião, ficou decidido que o processo anterior seria cancelado e
os interessados dariam entrada em um novo pedido de licença ambiental e essa
solicitação teve aval da Sema.
Pollyana
AraújoDo G1 MT
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