A presidenta
Dilma Rousseff decidiu vetar nove itens do Código Florestal aprovado pelo
Congresso Nacional em setembro. O principal veto retira do texto a
flexibilização que os parlamentares queriam para a recuperação de áreas de
preservação permanente (APPs) nas margens de rios.
O governo
vai devolver à lei, via decreto, a chamada regra da “escadinha”, que prevê
obrigações de recuperação maiores para grandes proprietários rurais. A
“escadinha” determina que os produtores rurais terão que recompor entre 5 e 100
metros de vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, dependendo do tamanho
da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais. Quanto maior
a propriedade, maiores as obrigações de recomposição.
A
presidenta excluiu do texto o trecho incluído pelos parlamentares que
permitiria a recuperação de cinco metros de APP em tornos de rios intermitentes
de até 2 metros de largura para qualquer tamanho de propriedade.
“Os vetos
foram fundamentados naquilo que era o principio da edição da medida provisória,
que significa não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a
justiça social, a inclusão social no campo em torno dos direitos dos pequenos
agricultores”, explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que
apresentou os vetos no dia (17) junto com o advogado-geral da União, Luís
Inácio Adams.
Também
foi vetada a possibilidade de recomposição de APPs com monocultura de espécies
frutíferas exóticas, como laranja e maçã. “Não teremos áreas de pomar
permanente, como diziam alguns”.
O decreto
que foi publicado na amanhã (18), no Diário Oficial da União, também trouxe a
regulamentação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) e do Cadastro
Ambiental Rural (CAR), que suprirão os possíveis vácuos na lei deixados pelos
vetos.
Segundo
Izabella, mais instrumentos normativos serão necessários para regulamentar
outros pontos do texto, que poderão ser decretos ou atos ministeriais. “Outros
atos, não necessariamente decretos, serão necessários para regulamentação do
código”.
Izabella
disse que os vetos foram pontuais, apenas para recuperar os princípios que
estavam na proposta original do governo.
Agência
Brasil - Luana
Lourenço
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