A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) encaminha neste mês de março a todas as escolas da rede, material orientativo para o desenvolvimento de atividades, regidas pelas Orientações Curriculares do Estado, sobre o tema relações de gênero, em alusão ao mês em que se comemora as conquistas obtidas pelas mulheres.
No próximo dia 1º de março, todas as escolas da rede estadual e assessoras pedagógicas estão convidadas a soltarem, às 11h, balões cor-de-rosa em um ato de lembrança por todo o trabalho de luta, respeito aos direitos e liberdade de gênero realizado ao longo dos anos. Ainda nesta quinta-feira, às 9h, será realizada a abertura do calendário de atividades da 2ª edição do Março Mulher, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT).
O calendário proposto nesta 2ª edição do ‘Março Mulher’ foi realizado pela Superintendência Estadual de Políticas para Mulheres de Mato Grosso e o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, em parceria com diversos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além da participação da OAB, Ministério Público de Mato Grosso e com o apoio de diversas secretarias estaduais.
“O debate sobre aspectos históricos e a relação dos gêneros são algumas das pautas que podem ser levadas para discussões em salas de aulas. Nós incentivamos as escolas a se organizarem”, explica a gerente de Diversidades da Secretaria Ângela Maria dos Santos, que é integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher. “A Seduc já é parceria das atividades e sempre teve a preocupação de promover esse debate necessário”.
Exemplo
“Hoje a gente tem voz e vez”. De maneira sucinta e repleta de sinceridade, a professora, pai, mãe, dona de casa, amiga, mulher, Rosângela Aparecida Rodrigues, 49 anos, avalia o atual contexto e as diferenças de gênero vivenciadas em pleno ano de 2012.
Professora do Programa Brasil Alfabetizado, em Cuiabá, há dois anos ela conhece de perto realidades distintas que levaram inúmeras mulheres a se afastarem dos bancos escolares. Quando questionada sobre as mudanças que vem presenciando nos últimos 20 anos responde sem titubear: “agora é um pouco mais fácil, mas o preconceito ainda está lá. Não de maneira aberta, velada... Mas é melhor agora. Antes quando se chegava na sala de aula era necessário toda uma imposição, os próprios alunos não respeitavam. Era uma mulher que estava ali na frente. Hoje a situação é diferente”.
Formada em Letras, especialista em educação especial passou a atuar como formadora do PBA, no bairro onde reside (o Jardim Imperial) para ajudar na complementação a renda familiar. Apaixonou-se e deixou que o Programa fizesse parte do seu contexto diário. Por duas horas diárias (de segunda à quinta) dedica-se a dar aulas no período noturno. As sextas-feiras faz o planejamento pedagógico das atividades para a próxima semana. Engana-se quem pensa que a labuta se restringe a esse horário. O período diurno é dividido entre os afazeres domésticos e o trabalho na educação municipal.
A correria não tira o brilho das atividades. “É mais do que gratificante. Muda a vida da gente. Eles valorizam quem está ali. Sabem da necessidade. Se esforçam. Não é pelo dinheiro. Não se limita a isso”, enaltece.
Assessoria/Seduc-MT
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