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De Brasília em uma entrevista concedida por telefone, o secretário de
Articulação Social da Presidência da República, Paulo Maldos, informou que o
motorista e mais um rapaz da Funasa foram rendidos por um grupo de 20 homens
armados. “Eles renderam o motorista e mais um acompanhante e levaram os dois
para um hotel. Lá, eles fizeram tortura psicológica e ameaças de morte”,
afirmou. Maldos confirmou ainda ao G1 que os alimentos foram
saqueados pelos moradores antes do caminhão ser incendiado.Após o incidente, a Associação dos Produtores de Suiá Missú reiterou que as cestas básicas só foram recolhidas porque os moradores da comunidade estariam “passando fome". Desde o ocorrido, o vilarejo de Posto da Mata passou a ser monitorado pela Força Nacional de Segurança e a tensão na localidade aumentou. A comunidade concentra o último foco de resistência dos não índios contrários à desocupação da Terra Indígena de Marãiwatsédé.
Neste domingo, a comunidade foi cercada por aproximadamente 50 agentes. Depois da notificação das grandes e médias propriedades da região, o Posto da Mata é o próximo alvo pelo cronograma de notificações da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Os agentes formaram uma espécie de 'Quartel General' no Posto de Combustíveis da localidade. E de lá vão seguir com oficiais de Justiça para cumprir a determinação da Justiça.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, disse ao G1 que também foi acionado pelos moradores a respeito da abordagem das Forças de Segurança no local, que foi classificada como truculenta. "Os produtores estão desesperados e entraram em contato comigo pedindo socorro", destacou.
“Na madrugada de hoje a gente sabia que podia fazer a ação. As forças policiais ocuparam o território para o cumprimento da decisão judicial. Essa ação foi planejada para ser ordeira, pacífica e evitar qualquer confronto entre moradores e os policiais”, explicou Maldos. O representante do governo federal rebateu a acusação de que foram usadas bombas e gás lacrimogênio contra a população.
Em comunicado à imprensa, a Funai informou que em quase 20 dias de operação foram vistoriadas 83 fazendas, sendo que 46 delas foram desocupadas. Somente entre os dias 20 e 27 de dezembro foram atingidas mais 30 fazendas, estando 16 desalojadas. A fundação afirmou ainda que em alguns locais as equipes estão tendo dificuldades de acesso e, por isso, há a necessidade do uso de aeronaves para o cumprimento dos mandados.
A área em disputa tem uma extensão aproximada de 165 mil hectares. Ainda de acordo com a Funai, o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta época, a Agropecuária Suiá-Missú instalou-se na região. Em 1967, índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e lá permaneceram por cerca de 40 anos.
Dhiego Maia Do G1 MT
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