
“Pelo menos nessa hora a Justiça valeu”, declarou Casaldáliga, hoje com 85 anos idade, ao
G1. Mesmo com a voz vacilante, os sintomas do mal de Parkinson e o cansaço após
um dia cheio de compromissos da Prelazia com autoridades indigenistas e do
governo federal, o catalão retomou sua posição de defesa dos direitos dos povos
indígenas que tanta insegurança lhe causou durante o processo de desintrusão de
Marãiwatsédé, entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano.
Durante o processo, no qual forças policiais
nacionais cumpriram mandados judiciais de despejo contra a verdadeira cidade
formada sobre a terra indígena, Casaldáliga chegou a sofrer ameaças de morte e
precisou se retirar da região por um período. Tudo por conta de seu apoio
histórico à causa indígena e de outras minorias.
A Polícia Federal precisou instaurar inquérito para
investigar os autores das ameaças. Hoje, o sacerdote está muito mais tranquilo,
segundo o padre Paulo Santos, que vive e auxilia o bispo em São Félix do
Araguaia. Isso porque as ameaças cessaram e a Força Nacional de Segurança
permanece trabalhando na região, explicou o padre.
Para o bispo emérito, o caso da desintrusão de
Marãiwatsédé não só cumpriu o compromisso do governo com a justiça para com o
povo xavante. Análise elaborada sobre o processo de desintrusão por Casaldáliga
e os demais membros da Prelazia sugere ao governo federal que a conduta adotada
para conduzir a situação delicada em Marãiwatsédé se torne modelo, exemplo para
demais casos de atuação da política indigenista nacional.
O relatório produzido pela Prelazia foi
oficialmente entregue ao ministro Gilberto Carvalho nesta sexta-feira pelo
bispo efetivo da região, Dom Adriano. A ocasião também contou com a presença de
representantes do Ministério da Justiça, da Fundação Nacional do Índio, do
Ministério Público Federal e da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.Fonte: G1
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