
A decisão
foi tomada após pressão feita pela Federação dos Pescadores de Mato Grosso
(Fepesc), sob Lindemberg Gomes de Lima, que levou cerca de 400 pescadores a
trancar o trevo do Lagarto nos três acessos da via: na BR-364, BR-070 e Rodovia
dos Imigrantes.
O projeto
é de autoria de lideranças e foi apresentado na sessão noturna desta terça (5)
por um grupo de 10 deputados. A proposta tramitará em regime de urgência
urgentíssima e, segundo o presidente da Assembleia, deputado José Riva (PSD),
será votada ainda nesta quarta (6).
Esta é a
terceira mudança que acontece na Lei da Pesca. No ano passado, aprovaram a nova
lei e, depois, a suspenderam para que pudessem discutir com o setor
interessado. Na semana aprovaram um substitutivo integral, após realizar uma
série de audiências públicas. A legislação foi publicada no dia (4) mas, mal
começou a vigorar, já vai ser alterada novamente.
Segundo o
deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), a proibição do anzol de galho e as medidas
mínima e máxima ficarão suspensas até que a secretaria Estadual de Meio
Ambiente reative o Conselho da Pesca para fazer um estudo técnico sobre a
necessidade ou não do iten, bem como a existência de medidas mínimas e máximas.
“Falei com o secretário José Lacerda e ele me garantiu que em até 40 dias terá
este estudo em mãos. Amanhã ele tem reunião com a Comissão de Meio
Ambiente e vamos cobrar este compromisso dele”, contou o democrata, em
entrevista ao RDNews, por telefone.
Para
Dilmar, a aprovação da atual Lei da Pesca (Lei nº 9.893), em vigor desde
segunda-feira (4), foi precipitada porque não foi precedida de uma discussão
ampla com a classe científica. “A Lei nº 9096 quando foi elaborada teve a
participação da Sema, da Assembleia, da Unemat, da UFMT. A nova não ouviu
entidades como estas”, salientou.
Os
manifestantes que fecharam as rodovias durante todo o dia argumentam que a nova
lei os impossibilita de manter o sustento da família. Eles salientam que na
região Norte do Estado os pescadores profissionais não precisam utilizar o
anzol de galho, mas na região da grande Cuiabá eles não vêem outra alternativa
para capturar uma quantidade razoável de peixe. “O que nós temos que buscar é
uma alternativa para este pessoal”, salienta Dilmar.
A sessão
demorou muito para começar em função das discussões, mas foi bastante enxuta.
Os deputados subiram à tribuna apenas para ratificar o apoio aos pescadores.
Além da proibição do anzol de galho e da especificação das medidas mínimas e
máximas para três espécies na Bacia do Paraguai (Pantanal), Cachara, Pacú e
Pintado, a nova lei da pesca também proíbe a pesca do Dourado nesta mesma bacia
e da Paraíba/Filhote na Bacia Amazônica, Araguaia e Tocantins. A nova lei
também aumenta a cota para os pescadores profissionais de 100 kg por semana
para 125 kg e estabelece quantidade de 5 kg e mais uma espécie para amadores,
que tinham cota zero.
Por: RD
News | Glaucia Colognesi
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