O
Ministério Público do Estado pediu à Justiça o afastamento do secretário de
Estado de Saúde, Mauri Rodrigues. A solicitação tem caráter liminar e foi
motivada pelo não pagamento dos repasses aos municípios e consórcios regionais
de saúde. A dívida chega a R$ 90 milhões e conforme o promotor Alexandre
Guedes, o valor fica em aberto, enquanto as Organizações Sociais de Saúde (OSS)
recebem regularmente, o que mostra uma predileção dos gestores.
No
documento, Guedes argumenta que somente o Instituto Pernambucano de Assistência
e Saúde (Ipas), que é responsável pela Farmácia de Alto Custo, Hospital
Metropolitano de Várzea Grande, além dos hospitais regionais de Colíder e Alta
Floresta, tem empenhado R$ 24 milhões, o que representa mais da metade do
dinheiro devido aos municípios.
O empenho
foi confirmado pelo Fiplan (sistema adotado pelo governo de Mato Grosso para
gerir o planejamento, contabilidade e finanças públicas) e é referente a duas
parcelas de um único mês. Enquanto as OSSs recebem os valores, o promotor
argumenta que os hospitais do interior passam por uma situação caótica. Guedes
cita como exemplo Barra do Garças. “A situação do hospital de Barra do Garças é
periclitante, merecendo o mesmo tratamento dado às organizações sociais, pois o
doente não pode ser penalizado pelo fato de morar na cidade que tem hospital
municipal e não o ente privado privilegiado do governo”.
Como não
há condições de se atender todos os pacientes, eles são transferidos para
Cuiabá e Várzea Grande, que sofrem com a superlotação das unidades públicas e
colapso dos serviços, que não conseguem atender a demanda.
Guedes
lembra que na liminar expedida em outubro do ano passado, a Justiça determinou
o bloqueio de contas do Estado, possibilitando que a região metropolitana
recebesse os valores pendentes. A decisão não se estendeu para os municípios.
O
promotor pede no documento, protocolado ontem, que a Justiça determine que apenas
as publicidades obrigatórias por lei sejam realizadas e as demais suspensas.
Ele relata que R$ 25 milhões foram gastos pelo governo do Estado com
propagandas relativas à Copa do Mundo.
De acordo
com pedido, o governo não demonstra ter o setor de Saúde como prioridade. “R$
91 milhões foram destinados para verbas de contingência, podendo usar
perfeitamente tais recursos para quitar os repasses da saúde, pois existe
contingência maior do que a população sofrendo e morrendo por falta de adequado
serviço público de saúde pela falta de recursos ?”
A
assessoria da Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que não foi
notificada do pedido, mas que o secretário vai se adiantar e pedir uma
audiência com o promotor para esclarecer os fatos. A SES alega que nos próximos
12 dias serão pagos R$ 40 milhões aos municípios e o restante será diluídos em
parcelas ao longo do ano. Os valores, conforme o governo, são referentes ao ano
passado.
O Documento

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