A pesquisa Atratividade do Magistério
para a Educação Básica: Estudo com Ingressantes de Cursos Superiores da USP, da
pedagoga e mestre em educação pela Faculdade de Educação da USP Luciana França
Leme selecionou as duas disciplinas de licenciatura em função da escassez de
professores nas áreas de exatas. A estimativa do Ministério da Educação (MEC) é
que o déficit de professores nas áreas de matemática, física e química seja de
cerca de 170 mil.
A baixa remuneração do magistério, as
más condições de infraestrutura das escolas e o desprestígio social da
profissão estão entre os motivos apontados pelos estudantes para a falta de
interesse em seguir a carreira. Segundo a pedagoga, a dificuldade de
implementar em sala de aula o ensino da matemática e da física e a concorrência
com profissões como as do mercado financeiro também afastam das salas de aula
quem se forma nessas áreas.
“Pesquisados disseram que escolheram
o curso porque gostam de matemática e física. Mas gostar é uma coisa, outra é o
ensino dessas matérias que engloba habilidade como o pensar a matemática, as
ciências, e saber ensinar a matemática e verificar como o aluno está
aprendendo”, destacou. “Outro fator é o mercado de trabalho. Um aluno formado
na USP, nessas disciplinas, pode trabalhar com pesquisa, pós-graduação, no
mercado financeiro. A profissão de docente acaba concorrendo com outras
opções”, disse Luciana França Leme. A questão de gênero também é apontada pela
pesquisadora. “Física e matemática tem muitos alunos homens e as mulheres
seguem mais a carreira de professor.”
Na avaliação da pesquisadora,
reverter esse quadro de desinteresse pelo magistério requer um plano de
atratividade com metas claras e de longo prazo. “É importante uma articulação
de vários fatores, igualar os salários com os de profissionais com a mesma
formação, reconhecimento e fortalecimento profissional, e despertar o interesse
pela profissão ao longo da vida estudantil”, disse.
A carência de professores nas áreas
de exatas como matemática, física, química e biologia é uma preocupação do
Ministério da Educação (MEC) que elabora um programa para, desde o ensino
médio, atrair os estudantes a seguirem o magistério nessas áreas. O programa
terá oferta de bolsas de auxílio e parceria com universidades, como adiantou o
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ao participar de audiência pública na
Câmara dos Deputados, em abril.
Por: Agência Brasil
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