A Igreja Católica anunciou no ultimo dia (4/5) a
beatificação de Francisca Paula de Jesus, a Nhá Chica. Ela é a primeira negra a
ser declarada beata no Brasil. A solenidade foi realizada em Baependi,
município mineiro que fica a 400 quilômetros de Belo Horizonte. A missa de
consagração foi rezada no Santuário Nossa Senhora da Conceição, onde estão os
restos mortais de Nhá Chica, e contou com a presença de autoridades do
Vaticano, o governador de Minas, Antonio Anastasia e o secretário-geral da
presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, que representou a
presidenta Dilma. O decreto de beatificação foi assinado pelo papa Bento XVI em
junho de 2012. Em 2011, o Vaticano aprovou o registro de um milagre atribuído à
beata.
A comissão de beatificação de Nhá
Chica começou os trabalhos em 1989. Em 1991, o Vaticano deu a ela o título de
Serva de Deus. O primeiro registro de milagre foi feito em 1995, por uma
professora que diz ter sido curada de um problema congênito do coração na
véspera de fazer a cirurgia. Em 2011, o papa Bento XVI aprovou as virtudes da
religiosa e deu-lhe o título de Venerável. A comissão médica da Congregação das
Causas dos Santos do Vaticano aprovou o milagre em outubro de 2011, concordando
que não havia explicação científica para a cura da professora. A comissão de
cardeais também confirmou o milagre em 2012.
Em nota divulgada em (3/5), a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destacou que a beatificação de
Nhá Chica tem um significado muito importante para a Igreja. Filha e neta de
escravos, a beata era analfabeta e ficou órfã ainda na infância. Devota de
Nossa Senhora da Conceição, viveu na pobreza e na simplicidade, e dedicou sua
vida para servir as pessoas, especialmente na tarefa de escutar e aconselhar.
Seu cuidado com os mais pobres rendeu-lhe o título de “Mãe dos Pobres”.
Francisca de Paula de Jesus nasceu no
distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes, em São João Del Rey (MG) e foi
morar em Baependi ainda pequena com a mãe, uma ex-escrava, e o irmão Teotônio.
Em 1818, Nhá Chica, então com dez anos de idade, perde a mãe, que deixa também
o filho Teotônio, com 12 anos. Ainda na juventude, era procurada para dar
conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que lidavam com negócios
na cidade.
Segundo o site dedicado à beatificação
de Nhá Chica www.nhachica.org.br, a fama de santidade se espalhou e as pessoas
começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela e pedir
orações. Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, aos 87 anos.
Por: Agência Brasil
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