A empresa JBS/Friboi
suspendeu o abate e concedeu férias coletivas em duas unidades de processamento
de carne bovina nos municípios de Colíder e Diamantino, em Mato Grosso. As
férias terão início entre a próxima sexta-feira (5) e o dia 18 de fevereiro. A
JBS justificou o recesso pela necessidade de adaptar as unidades às obras de
ampliação feitas recentemente. A decisão foi criticada pelo sindicato local,
que reclamou não ter sido comunicado previamente.
No Estado, a empresa
está no epicentro de uma polêmica envolvendo incentivos fiscais de valores
milionários que foram concedidos na gestão anterior, do ex-governador Silval
Barbosa (PMDB). A JBS e o diretor financeiro, Valdir Aparecido Boni, foram
acionados numa ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPE), o que
resultou no bloqueio de R$ 73,5 milhões e mais de R$ 540 mil, respectivamente.
Ambos recorreram para tentar desbloquear os valores, mas vêm amargando derrotas
e as contas seguem bloqueadas.
Em Colíder, segundo a
empresa, a ampliação ocorreu na área de desossa e em Diamantino na área de
embalagens. Confome a assessoria de comunicação da JBS, as paradas de
manutenção ocorrem normalmente e a época escolhida, que coincide com o
carnaval, é um período ‘mais devagar‘ e não tem ligação com a atual ‘conjuntura
de mercado‘. Só em janeiro as exportações brasileiras de carne bovina recuaram
cerca de 30%.
A companhia citou o
anúncio, feito nesta terça-feira (3) do início de operações em duas unidades de
processamento de carne bovina, nas cidades Iguatemi (MS) e Araguaína (TO),
ainda neste mês de fevereiro. De acordo com o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Laticínios do Portal da Amazônia
(Sintracal), José Evandro Navarro, a JBS não comunicou a entidade da decisão
das férias coletivas e não aceitou a notificação feita pelo sindicato de que o
aviso deveria ter sido feito com 15 dias de antecedência. ‘Eles comunicaram apenas
os funcionários, o que é ilegal e iremos tomar as medidas judiciais
necessárias‘, disse Navarro. A companhia não informou quantos animais deixarão
de ser abatidos.
Segundo o Sintracal,
700 funcionários em Diamantino e cerca de 1 mil em Colíder estarão em férias.
Escrito por WELLINGTON SABINO Gazeta Digital
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