Casaldáliga fala sobre relação entre política e religião

O padre Pedro Casaldáliga chegou ao Brasil em 1968. O religioso abandonou a Espanha e rumou para São Félix de Araguaia (MT). Em meio a conflitos de terra, ditadura militar e doenças tropicais, lutou em defesa dos excluídos. Foi perseguido por políticos, sofreu críticas de membros da Igreja Católica, escapou de emboscadas, foi preso e sobreviveu à malária --oito vezes. Ele é um dos criadores da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indianista Missionário.

O livro ”Palavras de Poder” transcreve uma entrevista com dom Pedro Casaldáliga. Fora do episcopado, o espanhol, hoje com 83 anos, falou sobre a relação entre política e religião.

”Toda pessoa, por natureza, é religiosa, e toda pessoa, por natureza, é política também. Não podemos prescindira da política, pois ela, em última instância, é a vida: saúde, educação, comunicação, enfim, tudo é política. Agora, o grande problema é quando as religiões se misturam ao Estado, quando um crença busca ser a oficial em detrimento das outras.”

Além de Casaldáliga, ”Palavras de Poder: Volume Brasil” traz entrevistas com professor Hemógenes, monja Coen, Ian Mecler, José Ângelo Gaiarsa, Alex Polari, Gdrun Burkhard, Lia Diskin, Leonardo Boff, Divaldo Franco, Susan Andrews, Chandra Lacombe, Roberto Otsu e Artur Andrés.

Em ”Palavras de Poder: Volume Mundo”, conversas com lama Surya Das, Jean-Yves Leloup, Amit Goswami, dom Laurence Freeman, Yehuda Berg, Stanislav Grof, Susan Miller, Satish Kumar, Susan Thesenga, Donovan Thesenga, Leonard Orr e Robert Walter.

Após cada entrevista, o leitor encontrará dois tópicos: ”Melhor de Três”, se refere aos temas respondidos pelo entrevistado, e ”Mesa-redonda”, que cria uma conversa entre as personalidades.

Folha de S. Paulo