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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Grupos detêm 20% de área produtiva em Mato Grosso

Um levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostrou que 20% da área produtiva em Mato Grosso está nas mãos de 20 grandes grupos que na unidade federada atuam diretamente no setor em atividades como plantio de grãos, comercialização, e outros. A maioria da lista é formada por empresas nacionais, embora também seja registrada a presença estrangeira no estado. Na prática, seria 1,3 milhão de hectares nas mãos das corporações.

Entre as safras 2004/2005 e 2010/11, os grupos aumentaram em 130% suas áreas de produção, enquanto a média do estado cresceu em patamares inferiores a 2%. De acordo com o superintendente do Imea, Otávio Celidônio, a evolução na área não se deve à abertura de novas fronteiras agricultáveis em Mato Grosso, mas ao acréscimo de outras já existentes, adquiridas mediante compra ou mesmo arrendamentos.

”Eles cresceram englobando áreas de outros produtores. Compram fazendas, arrendam terras”, declarou Celidônio, em entrevista ao G1. As baixas verificadas no setor, em especial a partir de 2005, quando uma série de fatores fez o preço das commodities cair, gerou perdas no campo, e influenciou no aumento das dívidas dos produtores rurais, podem também ter contribuído com o cenário.

”O produtor estava endividado e precisava encontrar alternativas para pagar suas dívidas. A saída era vender. Os grupos foram lá e fizeram suas ofertas. Eles têm uma vantagem competitiva, mas ela não justifica este crescimento de 130%. A situação financeira dos produtores pode ter contribuído para isso”, pontuou Celidônio.

Apesar da concentração das terras, a situação não deve ser vista como preocupante, segundo o setor. ”Essa concentração não preocupa porque o estado continua produzindo como um todo. A questão é a parte social. Um grande grupo não mora na cidade pequena, a mulher do produtor não faz compra na loja da cidade, como o produtor faz. O agricultor [local] movimenta o comércio. Quando há concentração quem sai perdendo são as próprias cidades”, frisou o superintendente do Imea.

Presença estrangeira

Apesar de não haver uma estatística que mostre a presença estrangeira dentro do estado, o Imea estima que somente em relação à cultura da soja, 5% da área total da oleaginosa, avaliada em mais de 6 milhões de hectares, são ocupadas por representantes de outros países.

”Muitas vezes, são empresários que têm facilidade na captação de dinheiro, capital e encontram terras com preços atrativos”, citou o presidente da Famato, Rui Prado, ao falar do interesse estrangeiro pelas terras na unidade federada.

Produção

Os números da safra, consolidados pelo governo mediante pesquisas, mostram que nesta safra de grãos a produção no campo deve chegar a 31 milhões de hectares, conforme projeção do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta 30,7 milhões de toneladas. A previsão de safra aponta ainda que o resultado na unidade federada deve representar em torno de 19% de tudo aquilo que o Brasil produzir.
Leandro J. Nascimento Do G1 MT

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