Na quinta-feira (19/01/2012) à tarde, o senhor Vatutin Pareira Maia Filho, entrou em contato com o médico veterinário do INDEA de Vila Rica, Estevão Galhego Mari, para notificar a ocorrência de um foco de Raiva na Fazenda Europa. Foi descrito quem em meados de novembro de 2011 animais vieram a óbito na referida propriedade apresentando sintomatologia nervosa, fazendo com que o pecuarista vacinasse, sob orientação médico veterinária, contra Raiva e Botulismo.
No dia 16 de janeiro foram coletados cérebros de um bezerro e de um cavalo e enviados para exame no LABVET/AGRODEFESA em Goiânia-GO. A suspeita foi confirmada dia 19/01 e a visita do serviço veterinário oficial foi realizada na propriedade foco na sexta passada. As propriedades rurais localizadas a 12 km de raio da mesma estão sendo notificadas e os produtores deverão apresentar nota fiscal junto ao INDEA para registro da vacinação.
Após 30 dias da primeira vacinação os animais (Bovinos, Ovinos, Caprinos, Suínos, Eqüinos e Muares) deverão receber a dose de reforço e realizada nova comunicação ao INDEA. O próximo passo será a captura de morcegos hematófagos em abrigos localizados nas fazendas na divisa com o Pará e no Projeto Bom Jesus. Salientamos que devido ao pequeno efetivo para isso, a orientação é para que os produtores vacinem seus animais como forma preventiva, principalmente nas fazendas localizadas nas citadas localidades.
A Raiva é causada por um vírus do gênero Lyssavirus (Rhabdoviridae), geralmente transmitido por mordeduras de morcegos hematófagos, uma vez que estes agridem diariamente outros animais (suas presas, para se alimentar, e/ou seus próprios companheiros, nas interações sociais agressivas). O vírus rábico afeta SNC, causando alterações de comportamento, paralisia e quase sempre morte. Cerca de 50.000 pessoas e milhões de animais morrem anualmente.
Classicamente, a Raiva apresenta três fases distintas: A fase Prodrômica é a fase de mais curta duração (2 a 3 dias), caracterizada pelos sinais iniciais da doença, quando o animal apresenta pequenas alterações comportamentais como: hiperexcitabilidade aos estímulos externos, como luz, ruídos, deslocamentos de ar, etc. Na fase Excitativa os sintomas observados são os mais facilmente associados à doença, sendo que o animal pode tomar-se muito agressivo, investindo contra o homem, outros animais da mesma espécie e animais de outras espécies. A fase excitativa pode durar de 3 a 7 dias, durante os quais a transmissão do vírus rábico se faz mais freqüente.
E a fase Paralítica ocorre, geralmente, após a fase excitativa, caracterizando-se por paralisia progressiva que parte dos membros posteriores em direção à cabeça. A morte, por asfixia, ocorre quando a paralisia chega à musculatura respiratória. Em herbívoros é comum não se observar a fase excitativa: o animal passa da fase prodrômica à fase paralítica (”raiva paralítica”).
Segundo informações de alguns pecuaristas de regiões próximas, foram notados em alguns animais sintomas semelhantes ao da raiva. A raiva bovina pode ser transmitida para o ser humano.

O vírus da raiva é transmitido por mordidas e arranhaduras de mamíferos contaminados. Na maioria dos casos a transmissão ocorre através de cães e gatos. Porém, vários outros mamíferos podem transmitir a doença, entre eles bovinos e eqüinos, dentre outros.
Por RadCom Eldorado FM/INDEA/Robson Garcia
Nenhum comentário:
Postar um comentário