A Br. 158 foi fechada novamente e meia noite desta segunda-feira 03 de setembro no distrito de Estrela do Araguaia (Posto da Mata) no cruzamento da MT 242, o trânsito está bloqueado em todos os sentidos.
O bloqueio está sendo realizado por tempo indeterminado por produtores até que sejam resolvidos os problemas das mais de 7.000 pessoas que terão que deixar a área da Fazenda Suiá Missu que foi demarcada como área indígena de Marãiwatsédé.
A segunda vez que a bloqueio em rodovias na região, no mês de junho aconteceu o bloqueio apenas da BR158 agora a passagem está interrompida também na MT 242 no perímetro urbano do distrito.
Os produtores rurais e toda a população só poderão permanecer na área de 165 mil hectares a até 01 de outubro atendendo a decisão Judicial.
Segundo informações do diário de Cuiabá na edição de 01 de setembro cerca de 130 xavantes contrários à demarcação da terra indígena Marãiwatsede ameaçavam interditar mais uma vez a BR-158, na região de Alto Boa Vista (distante 1.065 km de Cuiabá). Eles protocolaram junto à Presidência da República um pedido de suspensão do decreto que delimita a área.
O grupo afirma que a verdadeira aldeia fica a 70 km de distância do local apontado pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), nas proximidades do Rio Xavantinho. >>>
Também na sexta-feira 31 de agosto a assessoria jurídica da Associação dos Produtores Rurais da Gleba Suia Missú ( APROSUM) ingressaram com um recurso. Eles requereram a reconsideração da decisão da Justiça Federal que determinou, para 1º de outubro, o início da desintrusão da área de 165 mil hectares.
No mesmo dia, o governador Silval Barbosa (PMDB) criticou a iniciativa da FUNAI em demarcar a área sem levar em consideração a opinião do governo do Estado e avisou que não vai intervir para auxiliar na retirada das quase seis mil famílias que vivem na região, segundo a APROSUM.
“Quando você vai mexer com a vida das pessoas, tem que ouvir essa comunidade ou o representante delas que, neste caso, é o Estado. Mas quando há instabilidade ou conflito é que o governo é procurado. Na Suia Missú, se houver conflito não adianta pedir polícia para Mato Grosso. Eu não vou ceder. Não vou colocar polícia para resolver uma questão que eu entendo poder ser solucionada com bom senso”.
O bloqueio é a única “arma” para chamar atenção das autoridades e certamente permanecerá até o julgamento dos recursos.
“Vamos ficar mobilizados até que resolva a nossa situação” disse um produtor ao Água Boa News. Na madrugada em meio à escuridão um caminhão de indígenas aposentados chega ao local do bloqueio e houve início de tumulto.
Segundo informações apuradas por Água Boa News através dos índios xavantes da aldeia Marãwatsédé um grupo de índios iam em um caminhão na madrugada para São Félix do Araguaia para receberem aposentadoria e encontraram as rodovias bloqueadas e retornaram para a Aldeia. De ambos os lados todos ficaram assustados, porém não houve conflito.
Processo de retirada já em execução
O processo de retirada dos não-índios da região conhecida como Gleba Suiá Missú já teve início. Técnicos da FUNAI trabalham na instalação de uma base de operação no Posto da Mata, distrito de Alto Boa Vista, onde está localizada a maior parte das pessoas que deverão deixar suas propriedades.
No local, também já estão funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que atuam no combate a crimes ambientais, em especial incêndios, e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que teria como principal objetivo manter a rodovia livre.
Esta é a segunda vez que a BR-158 é alvo de protestos motivados pela retirada dos produtores da gleba. Em junho, posseiros e índios contrários à demarcação já fecharam a rodovia por uma semana..
À época, Alto Boa Vista foi a cidade mais afetada e chegou a ter situação de emergência decretada. O município ficou ilhado e acabou desabastecido de alimentos, água e combustível.Escrito por Kassu / Água Boa News
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