Indígenas
Xavante chegaram à Brasília para exigir o cumprimento de um plano que deverá
por fim a um pleito que dura 20 anos: a retirada dos invasores da Terra
Indígena (TI) Marãiwatsédé, leste do Mato Grosso.
Delegação
de 10 indígenas esteve reunida nesta segunda-feira, 17, com o vice-presidente
do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), desembargador Daniel Paes
Ribeiro, para abrir diálogo sobre a reversão da decisão da casa de suspender a
desintrusão do território.
Entregue
pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em julho, o plano de desintrusão foi
homologado pela Justiça Federal do Mato Grosso, mas suspenso pelo TRF-1. O
Tribunal questionou a tradicionalidade da ocupação indígena e atentou para o
“clima (...) de conflito iminente, colocando em risco as vidas de pessoas,
entre as mais de sete mil que habitam o local”, conforme decisão do
desembargador Daniel.
“Todos
sabemos que aquela área é nossa, que tem espíritos dos nossos ancestrais
registrados naquelas árvores”, expõe o Xavante José de Arimatéia. “Desde nossos
avós até hoje, nós somos Marãiwatsédé. Nós somos os últimos filhos do povo
Marãiwatsédé. Desde que foram expulsos quando eram jovens, nossos avós tiveram
a esperança de voltarem velhos e ver lá as netas, as frutas”.
José
explica que, dos 165 mil hectares homologados, os Xavante ocupam pouco mais de
30 mil - o restante é utilizado ilegalmente por cerca de 400 posseiros e,
especialmente, por fazendeiros, madeireiros e grileiros. “Não é verdade que
existem 7 mil pessoas lá. São mais ou menos 400. Isso é invenção dos
fazendeiros”, explica o Xavante.

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