Mais de
341 mil hectares de soja, ou 4,3% da área de soja de MT, situada em torno da
Terra Indígena Marãiwatsédé, localizada na comunidade Posto da Mata (30
quilômetros de Alto Boa Vista), correm alto risco de serem infectadas pela
ferrugem asiática. Isso porque as terras tiveram de ser abandonadas desde
dezembro pelos produtores por força da retirada dos ocupantes não índios e
motivada por decisão judicial. Segundo o diretor técnico da Aprosoja, Nery
Ribas, parte das mais de três mil hectares de soja plantadas nas terras
xavantes estão tomadas pela ferrugem. “O momento é de redobrar a atenção, os
cuidados e o controle das aplicações de fertilizantes nas lavouras vizinhas,
pois há alto potencial de inóculo”.
Os focos
da ferrugem aumentaram devido à ausência do controle e tratamento da doença,
pois somente um produtor conseguiu autorização da Fundação Nacional do Índio
(Funai) para fazer as devidas aplicações de fungicidas e controle do foco da
doença. A não realização da colheita da soja aumentará a proliferação da
ferrugem asiática, além da existência de soja guaxa no período do vazio
sanitário. “É importante que se realize o controle da ferrugem e também a
colheita da soja na comunidade do Posto da Mata, pois muitos produtores vão
colher soja até abril”, afirma o vice-presidente da região Leste, Gilmar
Del’Osbel.
Segundo
Gilmar, os produtores dos municípios vizinhos estão fazendo sua parte, tanto
que há poucos casos da doença na região. O segundo vice-presidente da região,
Endrigo Dalcin, evidencia a importância dos produtores continuarem as
aplicações de fungicidas no intervalo de 15 em 15 dias e garantirem uma boa
colheita. Até o momento mais de 35% dos 1,2 bilhão de hectares já foram
colhidos na região Leste. Caso a ferrugem não interfira na produtividade da
soja na região a estimativa é que se colha 3,7 milhões de toneladas de soja.
No fim de
janeiro, o Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa) já havia
feito um alerta aos produtores da região, devido à presença da ferrugem nas
lavouras situadas na gleba e ao alto índice de umidade que facilita a
proliferação do fungo. Na época a situação das lavouras não foi considerada
alarmante, mas preocupante pela comissão do Mapa e da Aprosoja em visita às
lavouras de soja. O objetivo é reduzir riscos e minimizar as perdas, pois só na
safra passada os prejuízos somados pela ferrugem asiática foram de
aproximadamente um R$ 1 bilhão.
O
Documento
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