Agentes
da Força Nacional de Segurança devem ficar na terra indígena Marãiwatsédé, na
região nordeste de Mato Grosso, pelo período de 120 dias, a contar
desta quarta-feira (20), conforme portaria publicada no Diário Oficial da União
que circula nesta quinta-feira (21). O Ministério da Justiça autorizou que o
efetivo permaneça na área para atuar em eventuais conflitos agrários entre
produtores rurais e indígenas da etnia Xavante, que devem retomar a área após
decisão judicial.
No
documento, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse levar em
consideração as operações desenvolvidas no estado pela Polícia Federal,
"no sentido de exercer ações de prevenção e repressão a conflitos
agrários, inclusive os que envolvam terras indígenas". A Polícia Federal
havia encaminhado ofício ao Ministério no dia 7 deste mês pedindo reforço, já
que não possui efetivo suficiente para exercer a função.
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Durante
os quatro meses, os agentes devem fazer patrulhamento ostensivo preventivo com
o intuito de garantir a integridade física, tanto dos posseiros, quanto dos
índios. A operação de retirada dos indígenas terminou em janeiro deste ano, mas
a intenção é prevenir qualquer tentativa dos posseiros em retornar para a área
que ocuparam ilegalmente por 20 anos. A Justiça determinou a saída dos não
índios e reconheceu o direito de posse aos indígenas, no ano passado.
No
período de desocupação, que durou quase dois meses, houve confronto entre
moradores e agentes de segurança. Os posseiros chegaram a bloquear as rodovias
de acesso à região em protesto contra a decisão que determinou a retirada.
Os
manifestantes também atearam fogo em um caminhão da Fundação Nacional de Saúde
(Funasa). Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), o veículo era usado
para o transporte de cestas básicas para uma aldeia indígena da região. Após o
ato de vandalismo, os alimentos foram roubados.
A área em
disputa tem uma extensão aproximada de 165 mil hectares. Ainda de acordo com a
Funai, o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta
época, a Agropecuária Suiá Missu instalou-se na região. Em 1967, índios foram
transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e
lá permaneceram por cerca de 40 anos.
Pollyana
Araújo Do G1 MT

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