Mato
Grosso é um dos poucos estados do país que não possui orçamento próprio para a
formulação e desenvolvimento de políticas públicas voltadas às mulheres.
É o que
revela a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (ESTADIC) 2012, estudo
divulgado nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Segundo o
levantamento, apenas Roraima, Sergipe e Santa Catarina encontram-se na mesma
situação de Mato Grosso.
Para a
presidente da comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da Ordem dos
Advogados dom Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Ana Lúcia Ricarte, a falta de um
orçamento próprio é a grande dificuldade para colocar em prática iniciativas em
favor das mulheres.
“O
governo trabalha dentro do que se encontra no orçamento. Se não há, as coisas
não saem do papel”, resumiu.
Segundo
ela, a situação contribui, em linhas gerais, para o aumento da violência contra
a mulher.
“É
necessário aumentar o número de Delegacias Especializadas. A estrutura das
casas de amparo continua precária. O combate ao tráfico de mulheres também
precisava ser mais efetivo”, argumenta.
No ano
passado, conforme dados da Polícia Civil, a capital de Mato Grosso registrou
12.423 casos de violência contra a mulher. O índice é 14% superior ao que foi
contabilizado em 2011, quando foram constatadas 10.848 ocorrências.
O crime
mais comum praticado contra as mulheres no Estado é o de ameaça, que em 2012,
somente em Cuiabá, fez mais de cinco mil vítimas. Na Capital, no mesmo ano,
outras 2,6 mil registraram boletim por lesão corporal.
Ana Lúcia
lembra que há dois anos o governo do Estado, por meio da assinatura do Pacto de
Enfrentamento à Violência Doméstica, se comprometeu em desenvolver políticas
públicas às mulheres com os recursos que, em tese, receberia do governo
Federal.
“Não vejo
mudanças de lá para cá”, relata.
Por meio
da assessoria, a Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas),
ressalta que o governo, em 2010, criou a Superintendência Estadual de Políticas
às Mulheres, que recebeu R$ 1,7 milhão – da assinatura do Pacto - para promover
a reestruturação das cinco delegacias especializadas existentes e quatro casas
de abrigo.
A Setas
pontua que o governo inaugurou o Centro Integrado de Atendimento às mulheres
vítimas da violência e que o Estado possui parcerias com o poder judiciário
para realizar o acompanhamento dessas pessoas.
A
assessoria também afirma que, ainda neste ano, o governo do Estado criará o
Núcleo de Atendimento às Mulheres na Fronteira.
Por: Helson
França

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