Balanço da Secretaria de Educação de Mato Grosso (Seduc) aponta que 302
escolas da rede estadual de ensino retomaram as atividades nesta segunda-feira
(7), após quase dois meses em greve. Conforme a Seduc, os dados foram
levantados pelas assessorias pedagógicas de cada município e mostram que o
número de escolas que retornaram às aulas corresponde a uma média de 50% do
total de unidades.
A Seduc informou também que o impasse entre professores e estado não tem
previsão de acabar, uma vez que o governo mantém firme a posição de não
negociar com os grevistas até o fim da paralisação. Um diálogo sobre a medida a
ser tomada em relação à greve estava previsto para esta terça-feira (8) entre a
nova secretária de Educação, Rosa Neide Sandes de Almeida, e o governador
Silval Barbosa. No entanto, o diálogo foi adiado e ainda não foi divulgado uma
data.
De outro lado, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino
Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes do Nascimento, contrapõe os
dados divulgados pela Seduc. Ele adiantou que um levantamento paralelo ao da
Secretaria começou a ser feito pelo sindicato a fim de confrontar os números do
estado.
Segundo ele, o sindicato acredita nos números apresentados na última
assembleia. “Representantes de 80 municípios compareceram na assembleia e
apenas 19% se mostraram propensos a encerrar a greve. O governo mais uma vez
mente. Estão usando a desinformação para justificar a tese de que o movimento
está fraco”, enfatizou Henrique.
Na segunda-feira (7), os grevistas ocuparam o prédio da Seduc, em
Cuiabá, em protesto contra a falta de uma contraproposta do governo. Cerca de
70 grevistas participaram do protesto, conforme a Polícia Militar, que foi
acionada para fazer a segurança do local durante a manifestação. A ideia era
chamar a atenção do governo em relação à pauta de reivindicações da categoria,
principalmente a que trata do reajuste salarial de 100% em sete anos.
Histórico
A greve dos professores foi deflagrada no dia 12 de agosto, quando a categoria
paralisou as atividades letivas para reivindicar a dobra do poder de compra em
7 anos, o pagamento da hora-atividade aos professores contratados, melhorias
nas escolas e repasse de 35% dos recursos do estado para a educação, como
determina a constituição estadual. Atualmente o piso dos profissionais em Mato
Grosso é de R$ 1.566,64. O nacional é de R$ 1.565,61.
Os trabalhadores recusaram duas vezes a mesma proposta do estado, que
previu dobrar os salários em 10 anos e fazer o pagamento da hora-atividade de
forma parcelada, totalizando em três anos. A paralisação, de acordo com o
Sintep-MT, é a mais longa dos últimos 30 anos.
Por: Do G1 MT
Nenhum comentário:
Postar um comentário