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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Premiada série Descalço sobre a Terra Vermelha estreia na TV Brasil no sábado (13)

A partir de 13 de dezembro (sábado), às 21h30, a TV Brasil apresenta a minissérie Descalço sobre a Terra Vermelha. Em três episódios com 52 minutos, a produção conta a trajetória de vida do bispo emérito de São Félix do Araguaia, o catalão Dom Pedro Casaldáliga. O religioso é uma figura emblemática, tanto na Espanha quanto no Brasil, por sua incansável luta em favor dos desfavorecidos da região do Mato Grosso, no Centro-Oeste brasileiro.

Baseada na obra homônima de autoria do escritor Francesc Escribano, a série narra a relevante atuação do religioso – seja em conflitos entre latifundiários no Mato Grosso, contra o regime militar e lutando contra a miséria e opressão da população local – de forma delicada e profunda. Dirigida pelo cineasta catalão Oriol Ferrer, a obra é resultado da coprodução entre a TV Brasil, a espanhola TVE, a catalã TV3, a brasileira Raiz Produções e a Minoria Absoluta, produtora espanhola.

Reconhecimentos internacionais

Em 2014, a minissérie foi agraciada com dois prêmios FIPA de Ouro na 27ª edição do Festival Internacional de Programas Audiovisuais, em Biarritz, na França. Eduard Fernández, intérprete do missionário catalão foi premiado como melhor ator. O outro reconhecimento à minissérie foi pela melhor trilha sonora original; e, de modo especial, o júri elogiou a música composta por David Cervera.

“É uma utopia, mas ela é necessária. Sem utopias, não há futuro”. A reflexão pertence a Casaldáliga ao ser indagado pelo Papa Emérito Bento XVI, na ocasião ainda cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação da Doutrina da Fé. A cena do encontro no Vaticano abre a minissérie Descalço sobre a Terra Vermelha, que retorna ao Araguaia de 1968 para onde o padre catalão foi enviado pela Igreja Católica e continua a morar até hoje.

Autor do livro que inspirou a série, o escritor espanhol Francesc Escribano ressalta a coragem do religioso. “Ele vai para uma região afastada de tudo, uma realidade de trabalho escravo e onde não há nenhum direito para os indígenas”, explica o também jornalista e professor universitário que veio ao país para a pré-estreia da produção no Brasil, em São Félix do Araguaia, no início de dezembro.

No elenco, destaque para o intérprete do padre, o ator espanhol Eduard Fernández. A minissérie tem ainda a participação de Babu Santana, artista que está brilhando nos cinemas ao protagonizar o filme sobre o músico Tim Maia. Na atração exibida pela TV Brasil, ele encarna o pistoleiro “Benedito Boca Quente”.

O bispo

Pedro Casaldáliga nasceu na província de Barcelona, em 16 de fevereiro de 1928, e vive no Brasil desde 1968. Ingressou na Congregação Claretiana em 1943, sendo ordenado sacerdote em Montjuïc, Barcelona, no dia 31 de maio de 1952. Foi nomeado administrador apostólico da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) no dia 27 de abril de 1970. O Papa Paulo VI o nomeou bispo prelado do município em agosto de 1971.

Dom Pedro já sofreu inúmeras ameaças de morte, e por cinco vezes, durante a ditadura militar, foi alvo de processos de expulsão do Brasil, por seu engajamento nas lutas camponesas. Ao completar 75 anos, Dom Pedro Casaldáliga foi sucedido em São Félix por Dom Frei Leonardo Ulrich Steiner, mais tarde transferido para a Arquidiocese de Brasília como bispo auxiliar. Para a Prelazia foi nomeado Dom Adriano Ciocca Vasino.

Os episódios

Na estreia da série na TV Brasil, no sábado (13), às 21h30, o capítulo inicial volta no tempo até junho de 1988. Em Roma, na Cidade do Vaticano, D. Pedro Casaldáliga é chamado pela Igreja para passar por uma "Doutrina de Fé" diante dos cardeais Ratzinger e Gantin. Durante sua entrevista, ele relembra os momentos mais importantes de seus 20 anos no Brasil.

Já na semana seguinte, no dia 20, no mesmo horário, o segundo episódio ainda mostra Casaldáliga na “Doutrina de Fé”. Ele se recorda de que, para tentar entender as pessoas e as questões importantes da região do Araguaia, precisou se relacionar com todo mundo, até mesmo com os latifundiários e com os poderosos. E decidiu deixar de fazê-lo por não suportar conviver com duas realidades tão díspares: a ostentação e a pobreza, com a privação absoluta predominante na área.


No terceiro e último capítulo, no dia 27, também às 21h30, fazendeiros oferecem prêmio para quem matar Casaldáliga e começam a se movimentar para tentar desacreditá-lo, com a intenção de fazer com que a Igreja e o governo o expulsem do país. O Vaticano, porém, decide ordená-lo bispo em 1971. Nos anos posteriores, os enfrentamentos com os fazendeiros são constantes. Todas as tentativas de expulsá-lo e eliminá-lo fracassam. A grande vitória de Casaldáliga é que os anos se passaram e ele continua vivendo às margens do rio Araguaia.

Por: EBC

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