
De acordo
com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), um grupo de posseiros enviou uma
série de ameaças direcionada a Casaldáliga que dizia que ele ‘era o problema‘ e
que ‘faria uma visita para ele‘. Segundo o secretário da Presidência da
República, Nilton Tubino, a PF abriu um inquérito para apurar o caso. “Foi
aberto um inquérito para tentar investigar a origem [ das ameaças]. Nesta
terça-feira (8), o padre Paulo Santos, que vive com Casaldáliga há dois anos,
afirmou ao G1 que o bispo não queria sair da cidade.
“Se
dependesse dele não teríamos saído daqui. A Polícia Federal nos procurou
dizendo que seria melhor que deixássemos a cidade. Depois que ele ouviu a
Prelazia achou melhor tomar a decisão de deixar São Félix do Araguaia”, disse o
religioso.
No dia 7
de dezembro, Casaldáliga e o padre Paulo Santos deixaram a residência do
religioso escoltados por um agente da PF. Eles foram levados até o aeroporto da
cidade. Em um voo fretado, Casaldáliga e o padre seguiram até Brasília.
No
Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, os dois religiosos foram
recebidos por outra equipe da Polícia Federal e levados para uma cidade do
interior de Goiás que não foi revelada pela Polícia Federal. O religioso
aproveitou a permanência no estado vizinho para rever o amigo, também bispo
emérito de Goiás, Dom Tomas Balduíno.
O G1
apurou que a saída do religioso de São Félix do Araguaia foi recomendada pela
PF tanto pelas ameaças direcionadas a ele como também pela vulnerabilidade da
residência em que ele vive. Um dos lemas da vida do religioso, adepto da
Teologia da Libertação, foi o de ‘nada possuir’. A PF temia que a residência
simples e sem muro facilitasse o acesso dos autores das ameaças até ele que
sofre do ‘Mal de Parkinson’ e está com a saúde debilitada.
“A gente
voltou no anonimato de forma bem tranquila para não criar expectativa em
ninguém. Dom Pedro já esteve nas celebrações das missas. Todos avaliaram que
era a hora de voltar e assim decidimos retornar”, disse o padre Paulo.
Ainda de
acordo com o padre Paulo Santos, a residência de Casaldáliga continua sendo
monitorada pela PF, uma vez que a desocupação de Marãiwatsédé não terminou.
Sobre a conquista dos xavantes, o padre informou ao G1 que Dom Pedro está feliz
com a notícia, mas que, no momento, prefere não se manifestar sobre o caso.
Casaldáliga
se aposentou da igreja em 2005 e na Ditadura Militar (1964-1985) também foi
ameaçado, perseguido e chegou a ser confundido com outro religioso que foi
assassinado no lugar dele.
Do G1 MT
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